O papel do profissional da saúde no suicídio

Segundo dados da OMS (2012), a taxa mundial de suicídio é estimada em torno de 16 por 100 mil habitantes, ocorrendo assim um aumento em sua prevalência de 60% nos últimos 45 anos, e calcula-se que as tentativas de suicídio sejam vinte vezes mais frequentes que o ato consumado (RIBEIRO et al, 2018).

No Brasil, a taxa geral de mortalidade por suicídio em 2012, foi de 5,3 por 100 mil habitantes. Por mais que nosso país esteja abaixo da média mundial, a preocupação existe principalmente quando verificamos um aumento nesse índice de 7.726 para 10.321 casos no período entre 2002 e 2012, representando um aumento de 33,6% (MOREIRA; BASTOS, 2015).

O suicídio é definido como o ato voluntário em que o ser humano decide retirar a própria vida, apontando a necessidade de buscar na morte um refúgio para o sofrimento que se torna insuportável (MACHADO; SANTOS, 2015). Na maioria dos casos, as vítimas não conseguiram lidar com: depressão, ansiedade, estresse, sensação de fracasso e/ou abandono, baixa autoestima, desesperança, excesso de pressão, pouca comunicação com os pais e/ou filhos e presença de eventos estressores ao longo da vida (MOREIRA; BASTOS, 2015).

Observando a rede complexa de fatores que levam ao suicídio, o tratamento e a prevenção passam naturalmente por meio do reforço dos fatores protetores e pela diminuição dos fatores de risco, tanto no nível individual como no coletivo (ARAÚ-JO; VIEIRA; COUTINHO, 2010). Para a OMS (2000) apud Moreira e Bastos (2015, p. 450):

São fatores protetores: bom relacionamento com os familiares e apoio familiar (fatores familiares); boas habilidades/relações sociais, confiança em si mesmo, buscar e estar aberto a conselhos (personalidade e estilo cognitivo); integração social, bom relacionamento com colegas de escola, com professores e outros adultos, ajuda de pessoas relevantes (fatores culturais, sociais e demográficos).

Outra importante forma de atenuar os índices de suicídio é desenvolver nos profissionais da saúde, principalmente psicólogos, psicoterapeutas e terapeutas, habilidades para que se possa identificar os fatores de risco, e assim impedir que o paciente chegue de fato a dar fim à própria vida (ARAÚJO; VIEIRA; COUTINHO, 2010).

É muito comum pacientes com transtornos emocionais como depressão, ansiedade e estresse emitirem uma mensagem existencial, ou seja, por entrelinhas deixar vazar conflitos sobre seu íntimo que muitas vezes podem ser a causa desse desconforto psicológico e que tantas vezes passa despercebido por profissionais, parentes e amigos (FUKUMITSU, 2014).

Cabe ao profissional decifrar o que essa mensagem quer dizer a respeito do cliente e ajudá-lo a se perceber. A partir da tomada de consciência do paciente de seu momento, ele será encorajado a encontrar um caminho que o traga a saúde, expressando melhor seus sentimentos e sensações, falando de si sem receio de mostrar quem realmente é (FUKUMITSU, 2014).

A terapia Flor de Íris tem papel de ajudar o outro a perceber-se através do autoconhecimento, auxiliando no desenvolvimento da capacidade de se conhecer no aqui-agora, sendo o detentor do poder de realizar escolhas para sua vida. Dessa forma, através do tratamento que o profissional aplica em consultório, o paciente se confronta com suas emoções e aprende a controlá-las, aliviando, assim, cargas de ansiedade e depressão por exemplo (CERQUEIRA; LIMA, 2015).

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